segunda-feira, 31 de maio de 2010

Dos meus pulmões eu cuido, já os seus...

Por Ana Paula Caggiano



Hoje (31/05) é o Dia Mundial Sem Tabaco e que tal dar uma passadinha na Praça da Sé ou pelo vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista para fazer um exames gratuitos e saber como está a sua saúde respiratória? Aproveite essa oportunidade e quem sabe você fumante pode ter a força de vontade em largar esse vício? Sei que os pulmões são seus e eu não tenho nada com isso, mas em certo ponto eu tenho direito, sabe porquê?
Eu e outras pessoas que não fumam e fazem de tudo para conservar os pulmões, não queremos ser obrigados a inspirar essa fumaça mal cheirosa. Mesmo em vias públicas, quando estou num ponto de ônibus, por exemplo, aparece alguém que não se toca, na maioria das vezes, e fica bem na sua frente tragando, e o pior é quando o vento não colabora e joga aquele fedô para o seu lado. Se quer fumar e estragar sua saúde, vai em frente, mas não a minha. Tenha o bom senso de se afastar para que a fumaça não atrapalhe os outros. Isso não é frescura, não. Já pensou que o não fumante pode ter problemas respiratórios de nascença ou ter problemas porque convive com chaminés o tempo todo.
Está comprovado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os malefícios que o cigarro pode causar aos fumantes e aos quem não fuma. Os problemas vai desde dificuldade em respirar, um câncer e/ou a morte. Muitas vezes, os sintomas começam com uma simples tosse que vai se agravando com o tempo.
Cidadão e cidadã não fiquem só conscientes, e sim, tome uma atitude, ame a sua vida e daqueles que você ama. Você não fumante que conhece alguém que fuma, faça que nem eu: espalhe cartazes pelo ambiente onde este chaminé vive, fale para ela que você está saindo prejudicado... Solte sua imaginação. E se o (a) fumante prometer parar, fiscalize, ajude com apoio moral, mas fique de olho, porque pode ser que ele (a) possa ter uma recaída....Não deixe!!!! Se der certo parabéns!!! Todos ganham. Digo por experiência própria - Nunca fumei, mas eu convivia com uma fumante dentro de casa e isso era insuportável, mesmo ela (minha mãe) não tragando na minha presença e nem dentro de casa, por respeito a mim como dizia ela, era horrível do mesmo jeito. Pois, quando queria uma abraço de mãe, parecia que eu abraçava um cinzeiro. Então cansada disso, eu travei uma batalha Anti Fumo, sabe como?
Bom, comecei a falar toda hora do mal que as substâncias do cigarro provoca no organismo, como a nicotina, por exemplo:
-“Mãe, você sabe o que você está fumando? - A senhora sabe que no meio desses componentes todos tem formol? É formol! Aquele que conserva defunto! E você também sabe que tem veneno que mata barata e rato?”
A cara dela era incrível de horror, mesmo assim ela não largava. Então, eu mostrava que nas próprias embalagens de cigarro tinha as fotos de gente com câncer ou de ratos mortos... Alias isso é muito irônico, porque mesmo assim pessoas continuam comprando cigarros, elas olham para aquelas fotos e não fazem nada.
Vou continuar a história. Só sei que foi uma batalha e nunca me esqueço que eu dizia: - “Mãe, se você me ama e quer tanto o meu bem como sempre diz, pare de fumar. A senhora quer que eu fique órfã de mãe? Ou quer que eu a acompanhe a estragar sua vida? Posso começar a fumar, que tal?"
Claro, para uma mãe ouvir isso era o cúmulo, mas ela prometeu parar. Mas eu não dormir no ponto não, viu? Fuçava em todos os lugares que ela poderia esconder o maço e sabe que eu fazia? Há há há há há ha... Tinha vezes que eu picava tudo e colocava de volta na embalagem, outras eu picava e jogava no lixo ou a melhor, a pegava na boca da botija quando ainda ia ascender, retirava da mão dela, lhe dava uma bronca (fazia um dramalhão que só, até merecia um Oscar pela atuação) e picava um por um do cigarro na frente dela, jogava no latão de lixo e dava-lhe uma bala para passar a vontade e a ansiedade. Sim, fui muito má, mas não me arrependo.
Sempre comemoro essa vitória, pois faz uns sete anos que a minha mãe querida não coloca um cigarro na boca, agora só bala, acho que ela está até viciada nesse doce. Que bom!!! Só desejo que não fique diabética, né?
Outro exemplo se superação foi do meu pai. Quando a minha mãe conheceu meu pai, isso faz uns 47 anos atrás, ele já fumava e foi a partir daí que ela começou a também a tragar. Bom, meu pai me contou um dia, que os dedos dele eram amarelos, por cauda do cigarro e que um dia ele marcou uma consulta, porque estava com uma tosse que o incomodava. O médico o examinou e olhou bem firme para ele e disse: -"Se você quiser morrer velho, pare de fumar!" - O meu pai naquela época tinha uns 28 anos. Pelo incrível que pareça, quando meu pai saiu do consultório, a primeira coisa que fez foi jogar o maço de cigarros no bueiro. - Desculpe blogueiro (a) que lê esse post! Não é permitido jogar lixo em vias públicas: primeiro porque é feio e segundo quando der uma enchente não tem para onde ficar seguro, obrigada. - Continuando...ele parou sim naquele mesmo dia, o medo era muito grande de nunca continuar a desfrutar a vida, que imediatamente largou. Não foi fácil, tanto que ele descontou na comida. Por isso, quando um (a) ex-fumante em reabilitação engorda, é porque desconta a ansiedade nas guloseimas. Mas isso tem que ter um controle, se não vai ficar obeso (a) e isso já é outro problema.
Finalizando, meu pai parou de fumar, mas os problemas de anos de fumo surgiram tempos depois, no qual resultou numa cirurgia de varizes, pois as veias dele estavam entupidas e o sangue não circulava. Lembro disso muito raramente, pois eu tinha uns 4 anos de idade, quando vi meu pai com as duas penas (da altura do joelho para baixo) enfaixadas subindo as escadas de casa. Ao longo do tempo ele se recuperou, mas a marca do tabaco ainda parece nas canelas dele, pois tem uma leve mancha escura, sem cicatriz, está normal.
Hoje os meus pais nem pode sentir o cheiro do cigarro, eles não suportam, que bom né? Isso quer dizer que a persistência é tudo, só basta ter força de vontade. Se quiser largar o tabaco, dou a maior força, porque dos meus pulmões eu cuido, já os seus é com você.

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