domingo, 2 de maio de 2010

Parque das Hortênsias aproxima visitantes dos animais do zoo


Por Ana Paula Caggiano

Localizado na região do Taboão da Serra, o parque com cerca de 280 animais chega a receber mais de 8 mil visitantes por mês


Fotos: Ana Paula Caggiano
O Parque das Hortênsias, localizado na região de Taboão da Serra, não é apenas uma área com 42 mil metros quadrados de verde que atrai visitantes para um simples passeio, pois o que se destaca é o zoológico com aproximadamente 280 animais, sendo várias espécies de macacos, aves, felinos, répteis e até os que estão ameaçados de extinção, como o primata bogio, a arara Azul, a jaguatirica e o jacaré de papo amarelo.

(foto acima) Jaguatirica de nome Lippy, de seis anos.

A ideia de construir o parque foi do ex-prefeito Armando Andrade (1977 a 1981), com o objetivo de proporcionar lazer à população. O Parque das Hortênsias, inaugurado no ano de 1982, recebeu esse nome porque ali foram plantadas 5 mil mudas de hortênsias por alunos da rede municipal. Três anos depois, chegou o primeiro leão, de nome Greg, e foi assim que o local se tornou um zoológico. Mas foi em 1991 que o parque foi registrado pelo Ibama como zoo.

O filho do fundador e diretor do parque desde 2005, Ricardo Andrade, relata que o espaço é uma forma de os visitantes terem contato com os animais. “O zoológico não deixa de ser um lugar de cultura. É uma forma de as pessoas terem acesso, de conhecer os bichos, como, por exemplo, um tigre siberiano.”

O parque recebe mais de 8 mil visitantes por mês, não só moradores da região, mas também pessoas de outros lugares, como a dona de casa Raquel Alexandre da Silva, que mora em Itapecerica da Serra. “É o único lugar de lazer mais perto de casa em que posso trazer o meu filho, Pedro, de 7 anos, para brincar e estar ao mesmo tempo em contato com a natureza”, diz.

Em outubro de 2006, foi inaugurado o Museu da Natureza, um pequeno espaço que expõe esqueletos, como o do leão Greg, que morreu em 2003, e de outros animais empalhados ou conservados em formol. Além de oferecer uma proximidade com a fauna e a flora, o parque também possui playground, quiosque, churrasqueira e uma lanchonete.


(Foto acima) Esqueleto do leão Greg, no Museu da Natureza.

Apesar de obter duas cadeiras de rodas elétricas para locomover portadores de necessidades especiais e idosos, alguns pontos não são adaptados a esses visitantes. De acordo com o diretor, é função da Prefeitura resolver o problema, e os pedidos já foram encaminhados.
Atualmente o parque tem 28 funcionários, entre vigias, tratadores de animais, equipe de limpeza, na parte administrativa, três veterinários e um biólogo. " Se a escola quiser nós oferecemos uma visita monitorada em que o biólogo acompanha os alunos e explica sobre a alimentação e a vida dos animais no parque com um percurso que leva de 1hora à 1hora e 30 minutos", conclui o Andrade.

Veja a entrevista com a veterinária graduada pela USP há 17 anos, Yolanda Takehana, que desde maio de 1995 trabalha no zoológico do Parque das Hortênsias.

APC: Os animais que habitam o parque de onde eles vieram?
Dr. Yolanda: A maior parcela dos animais vieram de instituições afins. Aconteceram inúmeros nascimentos, mas também doações de munícipios e apreensões por parte dos órgãos competentes também ajudaram a formar o zoo.

APC: Qual é o animal mais antigo do parque e o mais novo?
Dr. Yolanda: Não saberia dizer, com precisão, qual o animal mais antigo; porém o mais recentemente adquirido é um furão (ferret brasileiro) de aproximadamente um ano e meio de idade, batizado de Lillo, mas que ainda não se encontra em exposição.


APC: A alimentação dos bichos é a base do quê? Quantos kgs e quantas vezes ao dia? Dr. Yolanda: Mantemos um rigoroso cardápio à base de frutas, verduras, legumes, ovos, carnes, grãos e rações balanceadas para procurar suprir todas as exigências nutricionais de cada espécie animal. Só a título de curiosidade para saciar a fome de um tigre se faz necessário 8 quilos de carne diariamente.

APC: Estes animais se reproduzem?
Dr. Yolanda: Todos os animais têm condições para reprodução e realmente o fazem, à exceção dos grandes felinos, cujos machos já vieram vasectomizados.

APC: Qual é a fragilidade (doença) que esses animais costumam apresentar? E como são tratados?
Dr. Yolanda: Raramente nossos animais adoecem. Investimos em boa alimentação, manejo higiênico, vermifugação, vacinação e enriquecimento ambiental para mantê-los saudáveis. E, se por ventura, alguma terapia for instituída, o medicamento é ministrado via água de bebida ou alimento; no entanto, se for imperativo a contenção, lançamos mãos de luvas, puças redes, zarabatanas e rifles.

APC: Tem algum animal que precisa de mais cuidados? Como por exemplo aqueles que estão em extinção?
Dr. Yolanda: Todo animal é importante para o nosso zoológico, todos são merecedores de cuidados, no seu mais alto grau, independente do seu status no quesito extinção. É óbvio que para os desta categoria o IBAMA exige determinados padrões de ambientação que constam dentro de normativas estabelecidas com o intuito de minimizar o risco à exposição de doenças que devem ser obedecidas.

APC: O leão Greg, o primeiro a habitar o parque, qual foi a causa da morte dele e sua idade?
Dr. Yolanda: O leão Greg veio à óbito em decorrência de complicações múltiplas secundária à insuficiência renal por volta dos 20 anos de idade.

APC: O esqueleto do Greg está no Museu da Natureza, inaugurado em 2006. O leão morreu em 2003, ele foi enterrando e encontraram a ossada ou vocês conservaram? Como foi esse processo?
Dr. Yolanda: O Greg foi mantido em câmara fria logo após sua morte. Seu corpo foi processado apenas para conservação dos ossos na UNESP e todo esqueleto devolvido para, então, ser montado para exposição.

APC: E como foi esse processo com os outros animais que estão no museu quando morreram? Dr. Yolanda: Os outros animais que se encontram no museu tiveram, igualmente, seus corpos conservados em câmara fria até o processo de taxidermização.

O parque fica na Praça Miguel Ortega, n° 500, Taboão da Serra- SP. Aberto todos os dias, das 9h às 16h30. Os ingressos custam R$ 0,50 (crianças) e R$ 1,00 (adultos). Para mais informações, ligue no 4786-3417.

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